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Dom Delson

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Arcebispo Metropolitano da Paraíba.

Na Trindade, mora a esperança! 6g2c5l

Por Dom Delson
Publicado em 14 de junho de 2025 às 16:30

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No Domingo ado, celebramos a Festa de Pentecostes, encerrando o Tempo da Páscoa; mas, mesmo assim, o calendário litúrgico da Igreja continua celebrando grandes solenidades. Agora estamos celebrando o Domingo da Santíssima Trindade.

Mas o que a Igreja quer nos dizer ao propor referida celebração na retomada do Tempo Comum? Nas palavras do nosso saudoso Papa Francisco, “nessa festa celebramos Deus: o mistério de um único Deus. E este Deus é o Pai e o Filho e o Espírito Santo.

Três Pessoas, mas Deus é um só! O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito é Deus. Mas não são três deuses: é um Deus em três Pessoas. Trata-se de um mistério que nos foi revelado por Jesus Cristo: a Santíssima Trindade.

Hoje paramos para celebrar este mistério, pois as Pessoas não são adjetivação de Deus, não. São Pessoas reais, diversas, diferentes; não são – como disse aquele filósofo – ‘emanações de Deus’, não, não! São pessoas. Há o Pai, a quem rezo com o Pai-Nosso; há o Filho, que me concedeu a redenção, a justificação; há o Espírito Santo, que habita em nós e na Igreja.

E isto fala ao nosso coração, porque o encontramos encerrado naquela expressão de São João, que resume toda a Revelação: Deus é amor (1 Jo 4, 8.16).” O Papa argentino costumava nos trazer o entendimento das coisas eternas com uma linguagem simples e afetiva, nos fazendo compreender que, Deus só sabe revelar-Se através da relação, como também nos ensina a multissecular teologia trinitária da Igreja.

Costumeiramente dizemos que explicar a Trindade não é uma tarefa fácil, mas vejamos bem que, se a pensarmos a partir dos números, seu entendimento se torna frio e vago.

Na teologia católica, o número na Trindade é uma forma de dizer que Deus, que nos ama infinitamente, e desde sempre, só sabe existir por meio de relação. O número três no coração trinitário é pura relação. É uma relação de pessoas que se doam eternamente e contemporaneamente. Não há vácuo de solidão e egoísmo!

E quando os nossos olhos começam a contemplar completamente essa relação de amor! As pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, isto é, a Trindade Santa começa sua morada em nossa existência a partir do Batismo. “Eu te batizo – diz o sacerdote – em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Portanto, celebrar essa Trindade diz respeito ao nosso estar no mundo. As relações de amor entre as Pessoas da Trindade são referências para nossas relações humanas. Infelizmente, vivemos em contextos sociais que têm se afastado das consequências naturais das boas relações, tais como: respeito, escuta e acolhida da dor do outro, empatia.

Contudo, como filhos de Deus, não podemos acomodar-nos no lugar da indiferença ou da simples constatação da realidade que nos rodeia. Afinal, a “‘família divina’ não está fechada em si mesma, mas está aberta, comunica-se na criação e na história e entrou no mundo dos homens para chamar todos a fazer parte dela.

O horizonte trinitário de comunhão envolve-nos todos e estimula-nos a viver no amor e na partilha fraterna, na certeza de que onde há amor, há Deus” (Papa Francisco).

A medida da Trindade é sempre o transbordamento do amor. Neste amor, somos cravados na esperança de Deus; uma esperança viva e eterna que veio da morada da Trindade. Deus, em todos os seus atos em favor dos homens, derrama amor.

Neste mundo tão ferido pelo pecado e egoísmo, a Igreja é chamada a levar a luz da esperança de Deus, como nos pedia o Papa Leão XIV, no início de seu pontificado: “para que ela seja cada vez mais cidade colocada sobre o monte (cf. Ap 21, 10), arca de salvação que navega sobre as ondas da história, farol que ilumina as noites do mundo.”

E esse amor luminoso de Deus é educativo. O amor de Deus nos convoca para o serviço: “a Trindade é Amor a serviço do mundo, que quer salvar e recriar” (Papa Francisco). Não podemos pretender receber esse amor imenso e generoso e não o ar aos irmãos, ao mundo.

Na relação trinitária, esse empenho em favor dos outros ganha proporções inimagináveis. É um serviço que restaura famílias destruídas, resgata jovens perdidos nas drogas e no envolvimento com facções, fenômeno tão devastador em nossas comunidades, lamentavelmente. Trata-se de um amor que não se basta, mas que se doa sem medida. Um amor que restaura e devolve a dignidade humana.

Que o amor luminoso da esperança de Deus sempre aqueça os nossos dias, dando-nos o desejo concreto para a construção de um mundo novo, cheio do amor de Deus.

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